sexta-feira, 26 de junho de 2020

O censo: uma janela para/da História

Quando queremos saber o número de habitantes de um lugar, buscamos rapidamente na internet, que via IBGE o conhecemos. Mas esse número no tempo foi deixando rastros de histórias no tempo, que faz do censo uma janela muito interessante.

Desde períodos anteriores ao nascimento de Cristo, já se demandavam ações censistoriais. Na Bíblia podemos ver trechos desta necessidade: os pais de Jesus, José e Maria partiram de Nazaré para Belém, tendo em vista um censo que fora determinado na época, por isso, Jesus nasce nesta cidade.

Em 2020 o censo domiciliar iria acontecer, mais uma edição do censo nacional, porém tendo em vista a pandemia, foi adiado para 2021.  Seria por meio desta contagem institucional que podemos hoje ter uma noção do quantitativo de pessoas, de produção e geolocalização dos nossos lugares passados.

No brasil, o primeiro o Censo data de 1872, até tentaram realizar antes, mas a população ficou receosa pela ação do governo (houveram muitos movimentos naquele século que faziam qualquer ação ser olhada com “rabo de olho” pela população). Enfim, é por meio dele que podemos ter noção da população do município de Cuité era povoado naquela época.




(IBGE P. 41)

Não quis iniciar com algo mais intenso, com um título chamativo (Escravos Cuiteenses...), mas poderia ter o feito, pois esses quadros mostram quantas pessoas viviam sob o regime escravista, e não só isso, também descrevem também quantas pessoas tiveram a oportunidade de aprender a ler. Assim,  foquei na fonte histórica, mas o repasse da informação pode ter o título que couber.


Vamos lá! Começando pela instrução. vemos que: Cuité tinham no geral 6238 habitantes, destes o governo considerava em idade escolar aqueles que tinham entre 06 e 15 anos, que somavam 1538 habitantes em idade escola, mas destes apenas 13 estavam sendo encaminhados, eram 10 homens e 3 mulheres, certamente filhos de famílias que dispunha de posses. Dados do primeiro quadro.





No assunto escravidão, nos dois primeiros quadros, vemos que eram 260 pessoas sobrevivendo nessa situação, eram 130 homens e 130 mulheres, em maior número com idade ativa. Não tinham instrução e uma, curiosidade (crítica), não havia entre os escravos indivíduos com "defeitos physicos", como descrito no quadro. Façam suas leituras do por quê.

Então, como vemos nossa cidade e zona rural pendia como no contesto à utilização ode mão de obra escrava, claro que falta saber quais as funções destas pessoas, carregadores de água, cuidadores de gado, trabalhadores da agricultura, dos fazeres da casa, muitos devem ter sido as funções. Se houveram revoltas? Provavelemente, mas isto já é uma outra história, que noutra janela buscaremos vestígios.

Referência: 

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Biblioteca. Disponível em <https://memoria.ibge.gov.br/sinteses-historicas/historicos-dos-censos/censos-demograficos.html>; Acesso junho 2020.