O sábado no museu
é um projeto de ação
desde o primeiro, cresceu
ganhou maior dimensão
hoje recebe muita gente
da nossa região
No museu encontraram
uma programação diversa
na feirinha: tinha de tudo
e passearam sem pressa
vendo puxa, pirulito
e confeito de festa
Tinha doce de jaca
pamonha, milho cozido
sorda, sequilho e cocada,
acredite no que digo
D. Nenê tá de prova
foi ela que vendeu o milho
Se perguntar a seu Zé Gomes
ele vai logo te dizer
que conseguimos a jaca
e pedimos pra ele fazer
O doce de jaca gostoso
que ele trouxe pra vender
Tinha jogos tradicionais
feitos por Flávio Fonseca
Bacatela, derruba lata
pega peixe e carrapeta
peças do entretenimento
que deixaram de ser feitas
Debaixo do pé de manga
Felipe Medeiros cantava
poeta de grande porte
com seus versos animava
cantando três horas inteiriça
sua força não acabava
À tarde continuou a festa
da cultura no museu
era homem, mulher e menino
todo mundo apareceu
até universitário
com a visita se surpreendeu
viu que o museu é dinâmico
que tem festa e alegria
que para além das peças
vive de muita harmonia
com os saberes e costumes
ditos e feitos no dia-a-dia
Sustentabilidade era o tema
que foi posto a entender
onde o Banco do nordeste, o Sebrae
e a incubadora da UFCG
compartilhavam experiências
para a comunidade crescer
À noite continuou a festa
e com muito mais emoção
Chagas apresentou uma fita
e escutamos o som da projeção
o tac tac da máquina fascinou
todos que estavam no salão
Quando acabou o filme
uma coincidência
acabou-se a força elétrica
e haja paciência
mas André pegou o violão
e fez a diferença
todo mundo no escuro
parecia antigamente
numa rua sem luz
mas de alegria vigente
todo mundo começou a cantar
no museu, à sua frente
depois de uma meia hora
deu-se a luz, ainda bem
se juntou os violeiros
e os meninos da peça também
só o sanfoneiro sumiu
(sabia que não ganharia um vintém)
corremos pra buscar o tocador
e a peça já começava
deu problema no som,
quase queima a gambiarra
mas no fim deu tudo certo
eita correria danada
Minervina e Zé Caetano
cantaram sem exitação
Rafael do vale, Ricardo e Léo
fizeram declamação
faltava só começar o forró
prá fechar a animação
Cadê o sanfoneiro?
Junior de Moca, perguntou
tá chegando num estante
Israel logo falou
pois sumiu na escuridão
preocupado, pensou.
os cabelos de Israel
que já tão ficando pouco
nessa hora caiu uns cem
e começou a ficar rouco
enrolando o povo da festa
passando aquele sufoco
Mas como um milagre apareceu
Plínio, apontou lá no fundo
era Josélio o sanfoneiro
Dei um suspiro profundo
apareceu e salvou a festa
pra sorte de todo mundo.
Israel Araújo
Maio/2015