sexta-feira, 29 de julho de 2011

Museu recebeu visitantes de Picuí, Jaçanã e Cuité nesta quinta-feira.

Na manhã desta quinta-feira  (28/07/2011) foram recebidas visitas de alunos do município de Picuí, acompanhados pela profa. Rosinalva, bem como, outros de Jaçanã acompanhada pelo prof. Geraldo. Na visita os alunos são acomodados na estrutura de apresentação de mídias e ali são feitas apresentações de sliders e vídeos sobre a concepção atual de museu, memória e patrimônio. Esse espaço se transforma em um momento de construção do saber, onde professores, alunos e os educadores do museu, conversam sobre o que é memória e patrimônio e fazem a ponte discursiva com as memórias sobre cada cidade. Após as exibições e comentários os alunos fazem o passeio exploratório pelo museu. À noite a Escola Orlando Venâncio levou alunos, que atentamente reveram o passado "vivo" de nosso município. A utilização de espaços de educação não formais, (museu, pontos turísticos e outros) não anulam os conteúdos de sala, ao contrário, complementa, motiva e crias situações, sem hierarquia, pensamos, e é grande a contribuição para o ensino-aprendizagem dos alunos: a visita vale apena ser experimentada, avaliada e refeita.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cultura e internet: conceitos e reflexões (lampejos)


O que é cultura para você? Seria Felipe Medeiros tocando um “pinicado” com um trio pé-de-serra no terreiro da casa de taipa pelas “bandas do sítio marimbondo”? A arte do fazer da Senhoria Maria do balaio, que faz caçuá, bolsas e balaios de cipós? A boneca de pano e/o outros artigos confeccionados pela casa do artesão? Você responderia assim? Alguns diriam algo parecido. Outros, noutra perspectiva: saber um determinado assunto cientifico; um conjunto mnemônico de um repertório musical ou poético-lírico; ter um título de Doutor.  E apareceria alguns respondendo: estar ligado à internet 24 horas. Conforme Certeau 2004, cultura seria “uma relação modificadora, material e subjetiva entre homem-natureza, homem-homem, um jogo de artes do fazer, uma construção discursiva que se (re)copia, a partir do usuários e os materiais disponíveis e disponibilizados, ao seu redor, bem como em relação consigo mesmo”. Então, Quem estaria certo, quais opiniões demonstram o que seria cultura hoje? Segundo este autor, a cultura seria tudo isso, que juntos (jeitos, maneiras de fazer, utilizar e refletir sobre coisas que o homem faz), modifica e é modificado por esse sujeito cultural.


Foquemos na última possibilidade: seria então cultura, as noites que ficamos na internet, seria cultura ter um blog, ir fazer algo e twittar ou depois de ter o feito? Seria cultura receber um email e sair correndo para uma reunião e ficar horas observando projetos que deixara tudo pronto para ser exibido como um passe de mágica (programado). Certeau afima que sim, diz que é tudo aquilo que muda nossa relação com o mundo e conosco mesmo, tem status de cultura. Então tudo é cultura. Mas nem sempre foi pensado assim, esse conceito foi se transformando com tempo, a cultura era dividida como de elite e popular, uma relação dualística, hoje, não mais toma parte de todo o conjunto representacional do que se trata e como se trata a Cultura.

Por isso, aqueles que pensam que são os únicos a terem cultura por possuírem recursos e contatos com bibliografias, fiquem sabendo que o saber cotidiano, do homem do campo, da cozinheira, do vaqueiro, vale tão quanto as páginas diversas de outros especialistas, ou seja, o grau de cultura não deve ser medido pela quantidade, na verdade não se deve, nem se pode medir a culturabilidade de ninguém, subjetividades convergem e se espalham a todo momento, penso cotidianamente, francamente, que a cada dia que converso pela rua, pelos sítios, que quase nada sei da vida e do mundo.

Por isso, seria prudente utilizar mais o computador para conversar que postar sentimentos soltos. Mas se há mudança, se podemos aprender com nossas próprias ações, se esse pensamento postado rapidamente nos faça pensar sobre nós mesmos e quem sabe esse mesmo trecho de nós, desperte algo no outro, no usuário  "desconhecido", então, postemos mais, falemos mais no MSN. Somente tomemos cuidados pela vulgarização de nossas próprias memórias virtuais, ou seja, nem tudo deve ser dito no chat, muitos IPs estão nos vigiando, é uma liberdade não liberta, podemos pensar: a carta violada de ontem seria hoje o email desviado.

Por fim, adicionemos a nossa barra de favoritos tudo aquilo que queremos, achamos de interessante, por que daqui a pouco, ou instantes, excluiremos eles, pois somos mutáveis e gostar e não gostar está tão próximo que às vezes deixamos outras pessoas escolher por nós (propagandas). O que posso dizer, é que devamos ser curiosos, buscar notícias, opiniões, para formar as nossas. Graças a internet muitas de nossos dúvidas podem ser tiradas no momento, informações locais conhecidas (antes não sabíamos de muitas coisas que aconteciam "no nosso muro"), muitos de nossos amigos revistos, tudo isso através de blogs, sites, portais, emails, redes sociais. O meio não importa, o que interessa é a possibilidade que ela, a internet, nos dá para envolver o outro (com entretenimento, conhecimento, etc) de podemos entender o mundo, sua rapidez  como algo construído e que se tem espaço para todos e que as opiniões e saberes fazem parte de uma rede universal e indissolúvel: a cultura, que hoje viaja pela linhas e ondas virtuais nesce, sim, nas vias eléstricas de nossos milhões de neurônios. Por isso, não podemos deixar de lado também a conversa de fim de tarde com o amigo, (cara a cara); beijar quem gostamos, apertar a mão na hora de um parabéns. E lembrar sempre: que a peça fundamental para qe tudo isso funcione está entre a cadeira o monitor. Linkemos-nos!

Israel Araújo

REFERÊNCIAS:

CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano: artes de fazer. 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Translado das "pedras do Imperador": Universidade preserva a memória cuiteense




A universidade Federal de Campina Grande, através de seu Campus de Cuité vem garantindo a preservação da memória da região. Primeiro foi a instalação do Museu do Homem do Curimataú, agora deu início a revitalização da Olho D´Água da Bica, cujas obras já se encontram em andamento.

Na última sexta-feira, dia 22 de julho, a Universidade fez a remoção de parte das pedras do calçamento centenário da ladeira, construído - conforme Pe. Luis Santiago- pelo Governo Imperial, em ato emergencial no ano de 1888. As pedras serão reutilizadas ao pé do tanque do Olho D Água.

A ação de revitalização do Olho D´Água, faz parte do projeto Horto Florestal que objetiva preservar a fauna, flora e a memória social deste espaço, bem como, proporcionar campo de pesquisa e estágio aos alunos deste Centro de educação e Saúde/UFCG e ser mais um espaço de lazer e turismo ecológico no município de Cuité.

ASCOMCES.
http://ces.ufcg.edu.br/portal/

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cenário Cuiteense década de 1940

 
Poesia do Sr. Zé Moreira (Barbeiro e Poeta Cuiteense)

Cuité tá bem elevado
Já tem juiz e vigário
Um doutor de medicina
Fiscal estacionário
É um lugar de simpatia
Tem nove barbearia
Com 21 operários

Tem pracinha e tem coreto
Quartel e delegacia
Na travessa Pedro Viana
Existe uma padaria
Onde o velhaço vicêia
Na casa parê-de-meia
Tem uma sapataria

Tem um consultório médico
Frente a estação fiscá
Duas farmácia cheinha
De remédio especiá
Se o esprito não me engana
O sobrado de Pedro Viana
Foi o conselho municipá

Agência de Bicicleta
Fornecendo a malandrage
Oficina prá ferreiro
Cada carro tem garage
Se olhar para a oficina
Tem mais de uma usina
E duas casas de ferrage
150 casas de farinha
Com isso não me engano
16 à bolandeira
Com 98 à braço
Que trabalha e a locomove
Faz 149 com a do velho Mané Ináco

Tem até fábrica de rede
E rádio propagandista
Quatro alfaiataria
E máquina fotografista
A estufa de Zequia
E no sítio de Isaía
A “assembléia comunista”

Dois campos de futebó
E um hoté mobiliado
E tem dois cimitério
Para os seres sepultado
Oficina de barrica
Dentro da rua da bica
Um bangalô acabado

O prédio mais interessante
Que é a nova matriz
Pra se adorar divinamente
A rainha imperatriz
Fui a festa de natá
Assistir a missa campá
Naquela hora feliz

Duas sôpa passageira
Prá quem quiser viajar
De Pernambuco a Paraíba
Do Brasil ao Ceará
Se o cabra tem mais dinheiro
Vai até o estrangeiro
Do Amazonas ao Pará

Soares, Dinamérico. Poetas Cuiteenses de Todos os Tempos, Cuité-PB, 1999, 72p.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Museu (MHC): visitá-lo, por quê?

 



Cuité...
Sob a sombra da capela vai se erguendo uma história
Que de pedra e de barro construiu-se uma “nação”
Nação de homens mestiços, de cabras da “peste”
De “homens do mato”, pintados ou não
De um quarto de terra, de um metro de chão
De uma cuia d´água, de um vestido rodado
De um índio vermelho, de uma princesa, paixão

No livro de tombo firmou-se a soltura
Foi 704, sua certidão, (sesmaria) 
Ilusão de independência
Mas seguros numa crença, começou-se a “nação”

Sobre os negros ninguém diz nada, só os brancos tem história?
Aqui não viveram? Por que não se tem memória(s)?

Isso é ponto de discussão que eu te faço refletir,
É só um exemplo do que podemos pensar passeando no museu.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PARABÉNS CUITÉ PELOS 243 ANOS DE FUNDAÇÃO!


Mas, o que realmente desejaria para Cuité, hoje, seria uma melhor consciência do povo, pois para além da pedra e cal, tudo é construído e fundamentado pelo sentimento (memória). E, se somos responsáveis pelas nossas decisões, por isso, recorro ao bom senso, já que não temos regulamentação contra a picareta que trabalha pela madrugada da vida.

Por isso, peço desculpa a todos àqueles que não mais aqui estão, e que agora são desconsideradas suas memórias.

Peço ainda desculpas:
Por não mais lembrar de alguns cuiteenses (falecidos)
Pelas coisas que derrubamos (casarões)
Pelas coisas que não mais fazemos (lapinha)
Pelas coisas que esquecemos (carnaval)
Pela água que sujamos (Lagoa e Olho D´água)
Pela conversa que não mais temos sobre (poesia nas calçadas, causos nas noites de lua)
Pela fogueira que, agora, pouco pulamos
Pelo pião que pouco rodamos
Pelas rodas que pouco dançamos

(...)

domingo, 17 de julho de 2011

Hino de Cuité

Cuité! Cuité nosso idolatrado
És bem a terra da promissão!
O nosso afeto alcandorado,
Te consagramos de coração

Fez a luz onde a terra reinava,
E no céu uma estrela brilhou,
Uma voz pelo espaço ecoava
Novo sol, novo sol já raiou

Liberdade foi sonho querido
Deste campo feliz do Brasil!
Destas plagas serranas, partido
Esse brado famoso e gentil

Tem valor, tem riqueza invejável,
O teu solo fértil e criador,
Tua flora abundante inefável
Panorama de raro esplendor

Progredindo irás, dia-a-dia
Teu porvir glorioso será;
O presente, o presente o anuncia!
O futuro, o futuro o dirá

Nosso amor pela terra adorada,
A brilhante futuro a conduz!
Nós queremos te ver, terra amada
Um empório de ouro e de luz


Na data de 17 de julho de 2010, o hino do município foi finalmente reconhecido graças ao requerimento redigido pelos senhores Crisólito da Silva Marques e Demócrito Humberto da Fonseca Júnior, em 05 de janeiro de 2010.


Abaixo a versão do Grupo Shallon, CD Padroeiros e Padroeiras - 2005 e algumas imagens do nosso município.







sábado, 16 de julho de 2011

O Museu recebe alunos na semana de 243 anos de Fundação de Cuité


                 O Museu do Homem do Curimataú recebeu por toda essa semana, várias turmas de escolas cuiteenses. O MHC preparou um ambiente com assentos e telão para acomodar os visitantes e despertar a valorização do patrimônio histórico entre os alunos. A bolsista do Projeto memória, Rosana Medeiros, apresentou algumas fotos catalogadas até o momento dos monumentos, ruas, casarões religiãoe e festas para as turmas visitantes, (muitas das imagens demonstraram ambientes já demolidos) as quais, permaneciam atentas e curiosas a cada slide. “O espaço museológico é um lugar que ajuda a potencializar a identidade de uma comunidade, parabéns aos professores que nos procuraram, com isso eles reforçaram a luta pela diminuição, esperamos, da trágica maldade que se acelera a cada dia com os nossos casarões e costumes cuiteenses”, fala Israel Araújo Diretor do Museu.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cancelado o encontro de domingo à tarde

Tendo em vista o jogo do Brasil neste próximo domingo no mesmo horário do envento tarde cultural, foi decido o cancelamento do evento.

Certos da compreensão de todos, agradecemos a atenção.



Museu do Homem do Curimataú

terça-feira, 12 de julho de 2011

Lembraças São João 2011: Barraca do Museu

Projeto museu no meio do povo tem sua primeira edição!
O Museu do Homem do Curimataú através do projeto: museu no meio do povo montou a BARRACA DO MUSEU nos dias 23 e 24 de junho no Arraial da Serra em Cuité. Na Barraca, o visitante teve a oportunidade de ver a memória fotográfica de Cuité através dos slides produzidos pela bolsista do Projeto Memória fotográfica, vídeos de repentistas e declamações matutas, bem como, apreciar deliciosas comidas típicas e belos artigos artesanais confeccionados por artesãos da cidade.

O Projeto museu no meio do povo tem o objetivo de divulgar o Museu do Homem do Curimataú e levar a memória e o patrimônio cultural onde o povo está, democratizando e fazendo conhecer o nosso passado.

Apoiaram esse investimento cultural: ROSIPAN, PBNET, BV FINANCEIRA, SUPERMERCADO DOIS IMÃOS e PPREFEITURA MUNICIPAL DE CUITÉ




Museu do Homem do Curimataú


“Conhecer para Preservar”!


Fotos da visitação:




Tarde Cultural dia 17 de Julho no Museu

O Museu do Homem do Curimataú, convida todos para participarem nesse próximo domingo dia 17, a partir das 16:00h. de uma tarde de poesia, música, fotos e memórias. “Nosso encontro vai ser um momento de conversa entre todos os participantes, alguns professores como José Pereira, Crisóliton Marques, Demócrito Júnior, Eliel Soares, irão ser articuladores dessas conversas, nada de palestra, mas lembranças cuiteenses sendo compartilhadas e intercaladas com músicas, fotos e poesias”, diz Israel Araújo, diretor do Museu. O evento contará com a participação da Orquestra do Museu, bem como de músicos do Bolsa Família de Cuité e do Grupo Brasibis de Nova Floresta. Estão convidados todos os poetas e amantes da história de nossa região.



Museu do Homem do Curimataú

Conhecer para Preservar

domingo, 10 de julho de 2011

Lenda do Olho D´Água da Bica

Começa a semana de comemoração de 243 da fundação de Cuité (17 de julho), disponibilizo abaixo a Lenda do Olho D´Água da Bica, versão do professor Demócrito Júnior, que adaptou brilhantemente os vestígios da memória coletiva cuiteense em personagens e cenários bem detalhados, confeccionando uma linda história que esta semana deveria passear pelas salas de aulas de nossa cidade.




A LENDA DO OLHO D’ÁGUA



Há muito tempo atrás, na velha Cordilheira da Borborema, na altura da Serra do Coité, existia uma nação indígena denominada SUCURUS. Viviam de coleta de frutas, plantavam e caçavam pássaros e pequenos roedores. Uma das maiores tradições era a “Festa do Caju”, onde se reuniam várias tribos para a troca anual de alimentos e objetos típicos e dançavam e bebiam a “Cajuína” (bebida extraída do Caju que acreditavam dar muita força e resistência).

sábado, 9 de julho de 2011

Alguns detalhes da “Nova História” (Israel Araújo)




A história, enquanto seu significado de releituras de um passado, permanentemente modifica seus conceitos. Atualmente estamos vivenciando um momento em que se reoganiza e ao mesmo tempo redistribui variados focos para ao historiador. Reorganizar no momento que disponibiliza possíveis e infinitos caminhos para se chegar a objetivos comuns: tentar entender como em momentos não mais “vividos”, este vivido foi significado; reorganizar-se, no instante que apesar de repensar sobre seu ofício, não se coloca fronteiras de verdade naquilo que se pretende alcançar, ao contrário percebe-se, agora, que por si, a história é lacunar, que é impossível “visualizar” o fato passado/consumido, mas que ele é apenas retornável em alguns de seus vestígios que por muitos ângulos podem, ainda, (em alguns casos) ser (re)contado.

Apresentação

Esse blog objetiva divulgar a história regional a partir de experiências diversas (textos teóricos, poéticos, entrevistas, citações, vídeos, etc), bem como acontecimentos cotidianos que tornar-se-ão banco de dados futuros. Informamos que nossa perspectiva histórica se dá conforme a linha teórica da "Nova História", onde trilha caminhos que possibilite o leitor entender a história para além de algo estático e morto, mas ao contrário: vivo , renovável e estimulante. Para isso, nossa primeira postagem faz referência a esse modo de ver e compreender a história (texto teórico que fundamentará nossas idas a lugares e espaços práticos, informais e cotidianos.


Convido você para caminhar conosco sobre essas pedras escorregadias, porém visualizando belas paisagens e deliciosos aromas nessa trilha que começa a patir de hoje.