15 de outubro - O dia do
professor
(Prof. Vidal de Negreiros Déc. de 1970) Foto MHC
Algumas
linhas históricas
O dia 15 de outubro de 1827 foi o dia de lançamento da Lei que cria as
Primeiras Letras no Brasil, assinada por D. Pedro I. Esta lei, entre outras
coisas, determina a criação de escolas em cidades, vilas e lugares mais
populosos. Nela:
Art. 6º Os professores ensinarão a ler, escrever, as quatro
operações de aritmética, prática de quebrados, decimais e proporções, as noções
mais gerais de geometria prática, a gramática de língua nacional, e os
princípios de moral cristã e da doutrina da religião católica e apostólica
romana, proporcionados à compreensão dos meninos; preferindo para as leituras a
Constituição do Império e a História do Brasil. (BRASIL, 1827)
Na Paraíba temos como primeira espaço de educação o Liceu Paraibano,
após fundado 1836. Aqueles que neste pedaço no Norte moravam (o Nordeste ainda
não era uma palavra/conceito com hoje), buscaram a realização de uma educação
na então cidade de Parahyba do Norte e não mais em Recife, Salvador, Rio de
Janeiro...
....
Mas, quando chegaram nossos primeiros mestres aqui em Cuité? Quais
os primeiros espaços utilizados? Cuité apesar ter sua história iniciada a
partir de 1768, carece muito de material histórico, digo isto numa escrita mais densa
dos mais diversos aspectos: cultural, econômico, social, etc., temos poucos
livros e muitos deles numa escrita mais gerais, ainda bem que o temos, mas poderíamos ter outros mais.
....
Lembro aqui, claro, e envio congratulações, a professora Danielle Martins que fez um trabalho acadêmico sobre o Vidal
de Negreiros, bem como o Professor Charliton Machado que atua nessa área de
educação e sempre faz referência a cidade de Cuité e seus personagens.
Entre outras temáticas, busco também contribuir na escrita da
História sobre a Educação de Cuité. Em minhas pesquisas, encontrei uma
interessante alusão a primeira professora de Cuité, foi a senhoria Maria do rosário Brasileira e Melo em 1867. Antes
dela, vários professores foram encontrados no arquivo provincial da Paraíba
como indicados a serem educadores na nossa região, digo região porque Cuité por
muito tempo compunha a região de nova Barra de Santa Rosa, Sossego, parte de
baraúna, Picuí etc.
A história da educação em Cuité é muito grande, professores desde
1842 iniciaram suas lições nestas bandas. E além da história burocratizada
(nomes de professores, escolas, fundação, etc, tem as histórias do cotidiano
escolar, cada um com as suas e são elas a que entendo, as mais importantes. Claro que a reunião das escolas isoladas, criando o Vidal em 1942 é um marco, o
Instituto América, o Colégio Clóvis Lima têm os seus méritos, mas digo das
coisas do dia-a-dia, os pequenos lugares, as brincadeiras, etc. Diariamente renasciam as experiências,
o aprender, o brincar e viver em grupo, os poderes ditos e as burlas insistidas espero saber e escrever mais sobre isto.
Queria fazer apenas um comentário e já estou estendendo o texto,
assim, convido para você também buscar mais sobre a história da educação: vá no
Museu do Homem do Curimataú, pergunte aos seus pais, converse com colegas e
vamos somando os casos e causos escolares. Estamos (Professor Zito, Professor
José Pereira e Eu) com um texto sobre a educação cuiteense em processo de
publicação, por isso não adiantei outas coisas, mas interessante é que todo dia tem algo novo chegando aos nossos ouvidos: sobre a prova de admissão, o drible de
uma ocasião engraçada, o desfile de setembro, um noitário e assim vai...
Ficamos, alegres neste dia por lembrarmos dos nossos professores,
homens e mulheres que todos os dias agüentam classes cheias, mas com paciência
desviam os problemas e se enchem de forças para continuar ensinando. Soldados do
conhecimento, que lutam por dias melhores, porque dentre tantas coisas
negativas que existem pela vida, para levar as crianças e jovens para caminhos
ruins, o conhecimento, ao contrário, dá asas, conteúdo e força para trilhar sem
medo e olhando para frente no intuito da certeza de encontrar águas boas no futuro.
Viva os professores do Brasil, viva os professores paraibanos e cuiteenses, que todos os dias nossos mestres sejam lembrados, pois formal ou informalmente
todo mundo tem ou teve o seu professor.
Israel Araújo
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