Quando queremos saber o número de
habitantes de um lugar, buscamos rapidamente na internet, que via IBGE o conhecemos. Mas esse número no tempo foi
deixando rastros de histórias no tempo, que faz do censo uma janela muito interessante.
Desde períodos anteriores ao nascimento
de Cristo, já se demandavam ações censistoriais. Na Bíblia podemos ver trechos desta
necessidade: os pais de Jesus, José e Maria partiram de Nazaré para Belém,
tendo em vista um censo que fora determinado na época, por isso, Jesus nasce nesta
cidade.
Em 2020 o censo domiciliar iria
acontecer, mais uma edição do censo nacional, porém tendo em vista a pandemia,
foi adiado para 2021. Seria por meio
desta contagem institucional que podemos hoje ter uma noção do quantitativo de
pessoas, de produção e geolocalização dos nossos lugares passados.
No brasil, o primeiro o Censo
data de 1872, até tentaram realizar antes, mas a população ficou receosa pela ação do governo
(houveram muitos movimentos naquele século que faziam qualquer ação ser
olhada com “rabo de olho” pela população). Enfim, é por meio dele que podemos ter
noção da população do município de Cuité era povoado naquela época.
Vejam um quadro deste censo (baixe, vá a página 41 e amplie, se possível no computador).
(IBGE P. 41)
Não quis iniciar com algo mais intenso, com um título chamativo (Escravos Cuiteenses...), mas poderia ter o
feito, pois esses quadros mostram quantas pessoas viviam sob o regime escravista, e não só isso, também descrevem também quantas pessoas tiveram a oportunidade de aprender a ler. Assim, foquei na fonte histórica, mas o repasse da informação pode ter o título que couber.
Vamos lá! Começando pela instrução. vemos que: Cuité tinham no geral 6238
habitantes, destes o governo considerava em idade escolar aqueles que tinham
entre 06 e 15 anos, que somavam 1538 habitantes em idade escola, mas destes
apenas 13 estavam sendo encaminhados, eram 10 homens e 3 mulheres, certamente
filhos de famílias que dispunha de posses. Dados do primeiro quadro.
No assunto escravidão, nos dois
primeiros quadros, vemos que eram 260 pessoas sobrevivendo nessa situação, eram
130 homens e 130 mulheres, em maior número com idade ativa. Não tinham instrução
e uma, curiosidade (crítica), não havia entre os escravos indivíduos com "defeitos physicos", como descrito no quadro. Façam suas leituras do por quê.
Então, como vemos nossa cidade e
zona rural pendia como no contesto à utilização ode mão de obra escrava, claro
que falta saber quais as funções destas pessoas, carregadores de água,
cuidadores de gado, trabalhadores da agricultura, dos fazeres da casa, muitos
devem ter sido as funções. Se houveram revoltas? Provavelemente, mas isto já é
uma outra história, que noutra janela buscaremos vestígios.
Referência:
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Biblioteca. Disponível em <https://memoria.ibge.gov.br/sinteses-historicas/historicos-dos-censos/censos-demograficos.html>; Acesso junho 2020.
2 comentários:
Muito boa, Israel, e bem instrutiva sua postagem. Também me chamou atenção a menção à ausência de defeitos físicos dos escravos. - Gilberto Cardoso dos Santos
Fazendo outras pesquisas, encontrei esses quadros e como temos pouca coisa sobre esse assunto (escravismo), é um bom instrumento de fonte. Apesar de muito quantitativo, não ter detalhamento, pelo menos nós fazem pensar mais sobre o assunto regionalmente falando.
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